“Chemoule, uma gata francesa”: Nathalie Quintane desiste

Por Isabel Filipe
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Os desenhos de Stephen Loye, rápidos como garras, contribuem para a encantadora indiferença do conjunto. POL
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Crítica É na primeira pessoa e numa linguagem zombeteiramente rouca – a língua de um gato – que Chemoule se propõe a nos contar sobre sua vida agitada ★★★☆☆
De "O Gato Murr", de Hoffmann, uma joia do século XIX, a "Memórias de um Gato", de Hiro Arikawa, um best-seller lançado em 2017, a autobiografia felina está perto de se consolidar como um gênero literário por si só. Nesse sentido, "Eu Sou um Gato", clássico da literatura japonesa de Natsume Sôseki e publicado no início do século XX, continua sendo uma das referências absolutas. É a vez de Nathalie Quintane, uma escritora irreverente cujos textos são frequentemente politicamente mordazes ("O Que Fazer com a Classe Média?", "Tudo Ficará Bem"), ceder ao gato. Neste caso, a um certo Chemoule.
Ao nascer, o animal recebeu o nome de Michel Poniatowski. Mas, após um exame mais detalhado de sua anatomia, decidiu-se finalmente dar a este gato bege com olhos azuis ligeiramente convergentes o doce nome de Chemoule. "Então, só me falta a fala? Pois bem, você é surdo", pergunta a delicada criatura. Assim, a frase é na primeira pessoa e numa linguagem zombeteiramente rouca – uma linguagem de c…
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